Esta proposta da Midiateca de Dança em parceria com a 6a Semana da Dança UFSC 2020, realizou uma série de entrevistas e diálogos com artistas, pesquisadores e professores convidados, que atuaram/atuam em Santa Catarina. O ponto de partida são memórias e depoimentos relacionados às suas formações e experiências artísticas e pedagógicas.
Entendemos que a pesquisa em arte envolve a formação e a dinamização de arquivos, que não se encontram somente em documentos, mas nos corpos.
Como um corpo-arquivo pode ser um dispositivo de ação e pensamento em dança hoje?
Ficha técnica:
Concepção, Curadoria e Coordenação: Jussara Xavier, Sandra Meyer e Vera Torres
Captação, produção executiva e edição videográfica: Juliano Lueders | Futuro Coletivo
Realização: Midiateca de Dança e Semana de Dança da UFSC
Apoio: Secretaria de Cultura e Arte da UFSC (SecArte), Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU), TV UFSC e Departamento de Artes CCE/UFSC.
Encontro 1: Oportunidades poéticas e pedagógicas de artistas catarinenses em contextos internacionais
Com Ana Carolina Leimann, Maria Carolina Vieira e Volmir Cordeiro
Mediação: Sandra Meyer
SINOPSE: Criação, atuação e formação no Brasil e em contextos internacionais de dança. Modos de criação em experiências solo e coletivas e seus desdobramentos pedagógicos. Condições de trabalho e políticas públicas para a dança no Brasil, França, Bélgica e Alemanha.
Ana Carolina Leimann inicia sua trajetória na dança clássica na Escola Municipal de Ballet da Casa da Cultura de Joinville (SC) e, posteriormente, forma-se na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Como bailarina atuou no Balé Jovem de Santa Catarina (Florianópolis/ SC) e na Zest Dance Company (São Paulo/ SC). Graduou-se em Artes Cênicas na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e, entre 2017 e 2019, cursou Mestrado em Pedagogia da Dança, especializando-se na formação de profissionais de dança clássica na Palucca Hochschule für Tanz Dresden, Alemanha. Ainda nesse país foi professora de dança clássica na Trésor Ballettakademie, na Puck Verein e na Musikschule Johann Sebastian Bach.
Maria Carolina Vieira é uma bailarina e atriz natural de Joinville (SC). Integra a companhia de dança teatro Peeping Tom, Bélgica, desde 2012. Foi intérprete do Grupo Cena 11 entre os anos de 2010 e 2012. Concluiu Mestrado em Teatro no Programa de Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), com dissertação intitulada “Nas entrelinhas do corpo e do movimento: a experiência do dançar nas companhias Grupo Cena 11 Cia. de Dança e Peeping Tom Company”.
Volmir Cordeiro é natural de Concórdia (SC). Ingressou no curso de Graduação em Teatro na UDESC, interessando-se pelos estudos da dança neste contexto, finalizando o curso na UNIRIO. Dançou na Lia Rodrigues Cia de Dança (RJ). Doutor em Dança pela Universidade Paris 8 e mestre em Dança, Criação e Performance – Master Essais – pelo Centre National de Danse Contemporaine d’Angers, em parceria com a Université Paris 8 e École de Beaux-Arts d’Angers (França, 2013). Concilia a prática de pesquisador com o trabalho de intérprete e coreógrafo. Ensina regularmente no mestrado EXERCE, em Montpellier (França); na escola de teatro KASK (Gente, Bélgica), P.A.R.T.S (Bruxelas, Bélgica), e oferece cursos temporários no Centre National de la Danse e La Ménagerie de Verre, em Paris, e em outros países.
Realização: Midiateca de Dança + Semana de Dança da UFSC
ZOOM, 17 nov. 2020
Encontro 2: Deslocamentos pedagógicos da dança em Santa Catarina
Com Karin Véras, Malú Rabelo e Marco Aurélio da Cruz Sousa
Mediação: Vera Torres
Sinopse: O ensino da dança na universidade abre uma nova perspectiva para a dança no estado de Santa Catarina a partir do final da década de 1970, com o pioneirismo de Renée Wells. Esta conversa pretende refletir acerca do ensino sobre bases distintas do balé clássico e do desenvolvimento de pedagogias contemporâneas em companhias e cursos livres de dança. E, ainda, o processo de valorização da dança como campo de conhecimento e a abertura do primeiro curso superior de Dança no estado.
Karin Véras possui Graduação em Jornalismo e Mestrado em Antropologia, ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Artes Cênicas (UFBA), com tese sobre as metodologias do artista e professor Rolf Gelewski (1930-1988). Tem Curso de Formação em Hatha Yoga, Yoga Integrativa e Yoga Kids. Ministra aulas de Yoga integral, Yoga para Crianças e movimentação espontânea em Florianópolis. De 1981 a 1986 frequenta cursos de Dança Moderna com Renée Wells, em projetos de extensão na UFSC.
Malú Rabelo teve sua formação em dança na cidade de Belo Horizonte (MG), mudando-se para Florianópolis em 1991. É diretora da Associação Arte.Dança, onde atua como professora de balé clássico. Assistente de ensaio e preparadora técnica do Grupo Cena 11 Cia de Dança, desde meados da década de 1990.
Marco Aurelio da Cruz Sousa é Doutor em Motricidade Humana – Dança e Mestre em Performance Artística – Dança, pela Universidade Técnica de Lisboa, Portugal. Membro da comissão de criação do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Regional de Blumenau (FURB), onde atua como professor e coordenador. Coordenador e coreógrafo do Grupo de Danças Alemãs da FURB, idealizador dos grupos de danças urbanas, de salão e contemporânea da mesma instituição. Vice-presidente da APRODANÇA, gestão 2019-2020.
Realização: Midiateca de Dança + Semana de Dança da UFSC
ZOOM, 18 nov. 2020
Encontro 3: Bila Coimbra e os desdobramentos da dança clássica em Florianópolis
Com: Catharina Coimbra, Monica Coimbra e Elke Siedler
Mediação: Sandra Meyer
Sinopse: A contribuição de Bila Coimbra para o amadurecimento do ensino da dança clássica local (1972-2011). Seus espetáculos integram aspectos eruditos e populares como A Dança através dos séculos (1976) e Ode ao Pescador(1973), este com um olhar para a cultura açoriana. Alicerçados na tradição do ballet, continham elementos e procedimentos pioneiros para a cena florianopolitana.
Mini biografia: Bila D’Avila Manganelli Coimbra (1934-2011), nascida em Porto Alegre, ficou conhecida no Estado de Santa Catarina com o nome Bila Coimbra. Inicia carreira artística aos 4 anos de idade. Estuda na Escola de Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com Maria Olenewa, Tatiana Leskova e Yuco Lindbergh. Aos 10 anos de idade foi uma das primeiras bailarinas do Brasil a dançar um repertório popular usando sapatilhas de ponta. Ingressou aos 13 anos no Ballet da Juventude, recebendo em 1949 o Prêmio de bailarina revelação da Associação de Críticos Teatrais, ao lado de Bertha Rosanova. Integra a Cia de Teatro de Revista de Walter D’ávila, entre 1940 e 1950 e atua em programas na extinta TV Tupi. Dirigiu a Escola de Dança do Teatro Santa Isabel, em Recife, permanecendo na cidade de 1956 a 1960. Em Florianópolis, a partir de 1972, atuou como professora no Teatro Álvaro de Carvalho e Clube Doze de Agosto, até criar a escola Studio B, em 1987.
Catarina Coimbra é filha de Bila Coimbra e aprende a dançar na escola Estúdio B junto à mãe. Formada em Educação Física (Udesc) e Dança (PUC/PR), possui Mestrado em Saúde Coletiva, Especialização em Gestão e Promoção da Saúde na Empresa e em Arte Educacional em Dança. Atualmente trabalha com Dança Escolar por meio de sua empresa Target Dance, atuando em colégios da capital.
Monica Coimbra é filha de Bila Coimbra. Inicia a sua formação na Escola de Ballet Dicleia Ferreira de Souza, em 1985, no Rio Grande do Sul. Graduada em Educação artística pelo Ceart, Udesc, em 1999. Foi professora de balé de 1984 e 1998. Seguindo a carreira do pai, se tornou delegada da polícia civil do Estado de Santa Catarina. É especialista em Direito Administrativo pela LFG e em Processos e sindicâncias administrativas pela UNIDF. Mestre pela Engenharia de produção e sistema da UFSC. Atuou como professora de balé do Studio B, da Bila Coimbra, nos anos 1987-98.
Elke Siedler estudou balé clássico de 1982 a 1996 com Bila Coimbra no Estúdio B. De 1996 a 2002 integra o elenco do Grupo Cena 11. Em 2003 cria a Siedler Cia de Dança. Graduada em História (UFSC), Especialista em Estudos Contemporâneos em Dança (UFBA), Mestre em Dança (UFBA), Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP). Artista docente, atua como professora no curso de graduação em Dança da UNESPAR, em Curitiba.
Realização: Midiateca de Dança + Semana de Dança da UFSC
ZOOM, 19 nov. 2020
Encontro 4: A chegada da dança moderna e do jazz em Florianópolis
Com Andréa Bergallo e Jussara Zerbino
Mediação: Jussara Xavier
Sinopse: Em meados dos anos 1970 prenúncios de “novos” tempos aportam em Florianópolis, com a vinda de profissionais de fora do estado para lecionar técnicas de dança moderna e jazz. O trabalho inovador do Studio de Dança, escola de dança moderna e jazz inaugurada em Florianópolis, e o surgimento de grupos referência como o Ballet Desterro apontam para um momento inaugural para a formação e criação em dança na capital.
Andréa Bergallo é Doutora em Motricidade Humana/Dança (Universidade de Lisboa/Portugal), Mestre em Educação Física, Cultura e Lazer (Universidade Gama Filho), Especialista em Educação Psicomotora (Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação), Licenciada em Educação Física (UFSC). Atua como professora em cursos superiores de dança desde 1996, respectivamente na UniverCidade, Faculdade Angel Vianna, UFRJ e, desde 2010, na Universidade Federal de Viçosa (RJ). Na década 1980, em Florianópolis (SC), estudou com nomes como Jorge Rodrigues, Bila Coimbra e Sandra Meyer; e, ainda, integrou o elenco do Ballet Desterro.
Jussara Zerbino inicia suas atividades em Florianópolis em 1977, abrindo o Stúdio de Dança, uma das primeiras escolas para o aprendizado da Dança Moderna e do Jazz na cidade. Estudou Ballet, Jazz e Dança Moderna nos EUA, Inglaterra, Brasil e Espanha, com bailarinos como Jose Meier, Lenie Dale, Judith Field Polgar e Montserrat Catarineu. Trabalhou com Penha de Souza, em São Paulo, e com Montserrat Borreda, em Barcelona. Morou em New Hampshire, onde trabalhou com Barbara Mullen, da Royal Academy of Dance da Nova Inglaterra, tornando-se registrada na Royal Academy of Dance. Em 1998 abre o ABC Dance Studio em Miami, Florida, espaço que dirige até os dias de hoje.
Realização: Midiateca de Dança + Semana de Dança da UFSC
ZOOM, 20 nov. 2020